Pesquisadores brasileiros aguardam parecer da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar os testes clínicos de um novo antiviral contra a Covid-19. Os primeiros resultados do estudo com a substância, batizada de MB-905, foram divulgados na última semana na revista científica Science Communications e mostram que a molécula é capaz de inibir a replicação do Sars-CoV-2 em células do fígado e do pulmão, além de auxiliar a frear o processo inflamatório desencadeado pelo vírus.
“Esse estudo compõe um dossiê pré-clínico submetido à Anvisa junto com outro conjunto de dados para que essa substância possa se tornar um antiviral inovador desenvolvido desde a sua concepção no Brasil, visando à maior independência nesse tipo de tecnologia, que é de alto custo para o SUS”, afirma o virologista Thiago Moreno Souza, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz e um dos autores do artigo.
Para chegar ao novo antiviral oral, a equipe testou cerca de 250 moléculas e verificou que a cinetina, atualmente estudada no tratamento de pessoas com disautonomia familiar -doença que afeta o funcionamento do sistema nervoso autônomo- consegue atrapalhar o processo de reprodução do Sars-CoV-2.
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