Dodge pede para Segovia ser proibido de comentar inquérito sobre Temer

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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu para o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibir o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, de comentar o inquérito que investiga o presidente Michel Temer. A sugestão é que ele seja afastado do cargo caso descumpra a determinação.

Raquel Dodge pediu para o ministro emitir uma ordem judicial determinando que Segovia se abstenha de “qualquer ato de ingerência sobre a persecução penal em curso”, incluindo manifestações públicas sobre as investigações.

Barroso havia pedido para a procuradora-geral se manifestar sobre a entrevista em que Segovia disse que o inquérito poderia ser arquivado e levantou a possibilidade de punição para o delegado responsável pelo caso. Na semana passada, em uma reunião com o ministro, Segovia disse que suas declarações foram distorcidas e garantiu que não tentou inteferir no andamento das investigações.

A procuradora-geral também informou que enviou uma cópia de sua representação para o Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) analisar a adoção de outras medidas, já que cabe ao Ministério Público o controle externo da atividade policial.

PRORROGAÇÃO DE PRAZO

Na mesma manifestação, Raquel Dodge concordou com o pedido, feito pela Polícia Federal, de prorrogação por 60 dias do inquérito que investiga Temer. A decisão será tomada por Barroso.

Ela criticou o ministro, no entanto, por ter autorizado outra prorrogação, em dezembro, sem ter esperado a manifestação da PGR. Na época, ele destacou que tomou a decisão “excepcionalmente” devido ao recesso judiciário.

Mas Raquel Dodge considerou que, “embora o objetivo tenha sido nobre, o deferimento de prorrogação de prazo sem prévia manifestação do titular da ação penal acaba por atrapalhar o próprio andamento da apuração, pois prejudica o conhecimento por parte do Parquet da linha investigatória desenvolvida e do estágio das investigações”.

Além disso, a procuradora-geral confirmou que o ministro já aceitou alguns pedidos de quebra de sigilo no âmbito da investigação. Não foi divulgado, no entanto, quem são as pessoas e empresas atingidas pela decisão.

Além de Temer, há outros três investigados por supostas irregularidades no decreto presidencial dos portos. O presidente, que nega as acusações, é suspeito de ter beneficiado a Rodrimar, que opera no porto de Santos.

 

O Globo

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