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fevereiro 2019

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Mais um corpo é encontrado em ônibus, e número de mortos sobe para 6 em temporal no Rio

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A tempestade que atingiu o Grande Rio na noite desta quarta-feira (6) deixou ao menos seis mortos. A forte chuva acompanhada de ventania causou apagões, derrubou árvores, alagou vias e fechou a Avenida Niemeyer, onde um trecho da ciclovia desabou.

As mortes foram registradas na Rocinha, no Vidigal, em Barra de Guaratiba e na Avenida Niemeyer, onde ônibus foram atingidos por deslizamento de terra e árvore. Dois corpos foram retirados de um dos veículos, soterrado por volta das 23h30 e depois foi jogado contra a mureta da via. Ele invadiu a ciclovia e quase caiu encosta abaixo.

Equipes da Defesa Civil, CET-Rio e dos Bombeiros retiraram, por volta das 15h desta quinta, o que restou do ônibus executivo da Viação Jabor, com trajeto do Centro para Campo Grande.

Duas retroescavadeiras foram usadas nos trabalhos. Para retirar o veículo do local, as equipes de resgate retiraram uma árvore que havia caído em cima do ônibus e esmagado toda a parte dianteira.

Às 17h desta quinta, os dois sentidos da Avenida Niemeyer ainda estavam interditados para a remoção de árvores, terras e galhos. Ainda não tem previsão de reabertura.

Em entrevista coletiva no final da tarde, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, chamou atenção para os estragos que podem provocar quedas de árvores nas vias. “Estamos com helicóptero e drones analisando a encosta da [avenida] Niemeyer”, afirmou.

O secretário municipal da Casa Civil, Paulo Messina, afirmou que houve 186 quedas de árvore no Rio – às 18h25, segundo ele, 181 dessas ocorrências estavam “solucionadas”.

A cidade teve ainda quatro deslizamentos e oito quedas de postes, além de 26 alagamentos.

Quatro pessoas feridas durante permanecem internadas, de acordo com a secretária municipal de Saúde, Bia Busch.

O presidente da GeoRio afirmou que a Estação de monitoramento do Vidigal chegou a registrar chuva de 90 milímetros no período de uma hora – sendo que 60 milímetros por hora já é considerado um volume severo.
Equipes trabalham para retirar ônibus atingido por deslizamento na Avenida Niemeyer — Foto: Alba Valéria Mendonça/G1

Equipes trabalham para retirar ônibus atingido por deslizamento na Avenida Niemeyer — Foto: Alba Valéria Mendonça/G1

Equipes rebocam ônibus atingido por deslizamento na Avenida Niemeyer, no Rio — Foto: Matheus Rodrigues/G1

Equipes rebocam ônibus atingido por deslizamento na Avenida Niemeyer, no Rio — Foto: Matheus Rodrigues/G1

Houve quedas de barreira em vários pontos da Avenida Niemeyer – a ciclovia caiu perto de São Conrado, e o ônibus foi atingido quase no extremo oposto.

O prefeito Marcelo Crivella confirmou que a situação mais crítica é na Niemeyer. “Vai demorar mais de um dia inteiro para normalizar”, disse mais cedo.

Em nota, ele lamentou “com um profundo pesar as mortes ocorridas em decorrência do forte temporal que atingiu a cidade”.

Um morador do Vidigal relatou o resgate às vítimas. “Foi desesperador”, contou ele, que teve a casa destruída pela chuva. A Prefeitura afirma que a morte no Vidigal foi causada por um muro que desabou.

Às 10h45, uma menina foi resgatada com vida do alto do Vidigal. Ela foi levada de helicóptero e o estado de saúde dela não foi informado.

De helicóptero, bombeiros resgatam criança no alto do Vidigal — Foto: Reprodução/TV Globo

De helicóptero, bombeiros resgatam criança no alto do Vidigal — Foto: Reprodução/TV Globo

A comunidade do Vidigal fica na Zona Sul do Rio de Janeiro. A ciclovia Tim Maia fica na Avenida Niemeyer, que está entre o mar e o Morro do Vidigal. A Rocinha também fica na Zona Sul da cidade.

Trecho da Ciclovia Tim Maia desabou na Avenida Niemeyer — Foto: Nathalia Castro/TV Globo

Trecho da Ciclovia Tim Maia desabou na Avenida Niemeyer — Foto: Nathalia Castro/TV Globo

Resumo

  • tormenta começou por volta das 20h30, quando o Rio entrou em estágio de atenção;
  • Às 22h15, passou-se para o estágio de crise;
  • Seis mortes: duas em Barra de Guaratiba, uma na Rocinha, uma no Vidigal e duas na Avenida Niemeyer;
  • Um novo trecho da ciclovia da Niemeyer desabou com deslizamento de terra. A via está interditada e não tem previsão de reabertura;
  • Pelo menos 170 árvores caíram, segundo a Prefeitura do Rio; algumas derrubaram a fiação e causaram apagões;
  • Às 8h30 desta quinta, eram 10 pontos de alagamento nos bairros do Leblon, Barra da Tijuca, Gávea, Ipanema, Itanhangá, Botafogo e São Conrado;
  • Por volta das 17h30 desta quinta, já não existiam mais pontos de alagamento na cidade, segundo o Centro de Operações Rio. No total, foram 35 registros desde as 8h de quarta;
  • Registraram-se rajadas de 110 km/h no Forte de Copacabana, o que caracteriza tempestade violenta;
  • A previsão é de mais chuva nesta quinta, mas não tão forte quanto a da véspera. Entenda por que choveu tanto no Rio;
  • Às 16h37, seis vias estavam interditadas: Av. Niemeyer, Mergulhões da Barra da Tijuca, Estrada dos Bandeirantes, Av. Visconde de Albuquerque, Estrada do Joá e Estrada das Canoas;
  • Crivella decretou luto oficial de três dias pelas mortes;
  • O governador Wilson Witzel afirmou que várias sirenes foram acionadas em áreas de risco;
  • Telefones úteis: 193 (Corpo de Bombeiros), 199 (Defesa Civil, que deve ser informada sobre riscos de desabamento);
  • A Defesa Civil recomenda que os moradores se cadastrem no serviço gratuito de alertas via SMS. Basta enviar o CEP do imóvel para o número 40199, por mensagem de texto.

Bloqueios no trânsito

  • Avenida Niemeyer está interditada nos dois sentidos. Com isso, a Autoestrada Lagoa-Barra sobrecarregouOpções: Alto da Boa Vista ou a Linha Amarela, que registraram fluxo intenso;
  • Grajaú-Jacarepaguá no sentido Freguesia. O sentido Grajaú está aberto;
  • Av. Lúcio Costa, no sentido São Conrado, altura da Praia da Reserva;
  • Mergulhões na Barra da Tijuca: os dois da Av. Ayrton Senna e da Av. Armando Lombardi;
  • Estrada dos Bandeirantes, sentido Taquara, na altura do Condomínio Rota do Sol;
  • Av. Visconde de Albuquerque, sentido Jardim Botânico, altura da Praça Sibélius.

Transportes

  • Os aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim operam normalmente;
  • Metrôs, barcas e BRTs também continuam com operação normal;
  • BRT chegou a interromper as atividades às 21h25, mas no fim da noite voltou a operar com intervalos irregulares;
  • SuperVia tem intervalos normais, assim como as Barcas;
  • Algumas linhas de ônibus têm restrições, devido a interdições isoladas em ruas (veja os principais pontos de bloqueio)
Uma das vítimas do acidente com o ônibus na Avenida Niemeyer já foi identificada

Uma das vítimas do acidente com o ônibus na Avenida Niemeyer já foi identificada

Prefeito e governador falam

Prefeito do Rio informa o número de mortos durante temporal

Prefeito do Rio informa o número de mortos durante temporal

Ao confirmar que a chuva tinha até então causado cinco mortes, Crivella foi questionado por jornalistas se a prefeitura sabia que a tormenta seria tão forte.

“Nós previmos, os meteorologistas disseram que a chuva ia ser de moderada a forte. […] Agora, surpreendentemente atrás daquela tempestade se formou uma outra tempestade. E essa outra tempestade ficou presa, ela não ultrapassou a Floresta da Tijuca e ela se precipitou toda na Zona Sul, sobretudo na Rocinha, no Vidigal e no Jardim Botânico”, disse o prefeito.

Na entrevista coletiva do final da tarde, Crivella comentou a redução de investimentos. “Para as enchentes, usamos recursos de maneira prévia. Há três meses começamos limpezas de bueiros na cidade – se não tivesse essa limpeza o resultado seria pior. O problema do Jardim Botânico, para ser resolvido, vai custar milhões de reais para a cidade, para que possamos fazer a mesma coisa que fizemos na Praça da Bandeira”, afirmou o prefeito.

“A crise financeira que a cidade enfrenta é grande, tivemos queda de arrecadação e falta de empregos, além de uma dívida imensa por causa da Olimpíada. Difícil fazer investimento que gostaríamos, mas fizemos obras de contenção de encostas.”

O governador do RJ, Wilson Witzel, afirmou em entrevista que “é preciso ter um plano diretor da cidade para tirar as pessoas da área de alto risco”. Witzel criticou o que chamou de “ocupação desordenada”.

Witzel disse que há cerca de 80 mil famílias em situação de risco, de acordo com levantamento da Defesa Civil. O governador culpou as prefeituras passadas pelo o que chamou de “abandono”.

“O abandono não é de 2016 para cá, é de décadas. Pouco se fez para evitar que essas construções irregulares avançassem. O que assistimos foram décadas de abandono. Nos últimos anos se preocupou em gastar rios de dinheiro, pra favorecer especialmente a corrupção, e a população ficou desassistida”, afirmou.

Bombeiros trabalham no resgate de desaparecidos após um ônibus ser atingido por um deslizamento de terra e queda de árvores na Avenida Niemeyer, na zona sul do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (7) — Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Bombeiros trabalham no resgate de desaparecidos após um ônibus ser atingido por um deslizamento de terra e queda de árvores na Avenida Niemeyer, na zona sul do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (7) — Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Árvore cai sobre carro e interdita a rua Maria Eugênia no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Árvore cai sobre carro e interdita a rua Maria Eugênia no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro — Foto: Marcos Serra Lima/G1

Árvore bloqueia a Rua Benjamin Batista, ao lado do Parque Lage, no Jardim Botânico — Foto: TV Globo

Árvore bloqueia a Rua Benjamin Batista, ao lado do Parque Lage, no Jardim Botânico — Foto: TV Globo

Um veleiro foi parar na areia na Praia do Arpoador com a tempestade no Rio — Foto: Fernanda Rouvenat/G1

Um veleiro foi parar na areia na Praia do Arpoador com a tempestade no Rio — Foto: Fernanda Rouvenat/G1

Por G1 Rio

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