Risco Brasil cai em ritmo lento no logo prazo

Compartilhar paraShare on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+Share on LinkedIn

O risco Brasil medido pelo Credit Default Swap (CDS), o prêmio que o investidor paga para ter um seguro contra um eventual calote soberano nos próximos cinco anos, está em queda constante e atingiu as mínimas desde 2014, quando o País ainda era classificado como grau de investimento. Já o risco para período mais longo, nos contratos de dez anos, não tem tido o mesmo comportamento e está caindo em ritmo mais lento, ampliando a distância entre os dois papéis para nível recorde. Na visão dos analistas, um dos fatores que explicam essa diferença é a preocupação com a trajetória fiscal do País, considerada insustentável no médio prazo.

A diferença entre as taxas dos CDS de cinco e dez anos do Brasil que era de cerca de 30 pontos em 2013, subiu para 50 pontos em 2015, foi para 60 em 2016 e atualmente está em 100 pontos. Os estrategistas de renda fixa ressaltam que o papel mais longo tende sempre a ter uma taxa maior, por causa da menor liquidez e do cenário mais incerto no longo prazo. Mas, no caso brasileiro, eles observam que a discrepância é uma das mais altas na comparação com emergentes.

“Após o horizonte de cinco anos, nota-se um acentuado agravamento da percepção de risco (do Brasil)”, ressaltam os analistas da BB Investimentos Wesley Bernabé e Victor Penna em relatório. Para eles, o aumento da distância entre os papéis de cinco e dez anos está em sintonia com o crescente prêmio de risco embutido na ponta longa da curva de juros DI, que reflete a preocupação com o ajuste fiscal e o ceticismo sobre a aprovação da reforma da Previdência no Congresso este ano.

Os prêmios de risco do Brasil estão caindo junto com o de outros emergentes, por causa do cenário externo favorável, marcado por alta liquidez e maior apetite por risco, afirma o estrategista-chefe da América Latina do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. O CDS de cinco anos já recuou 42% desde janeiro do ano passado.

As perspectivas para a economia mundial seguem favoráveis, os juros e volatilidade estão baixos e os bancos centrais dos países desenvolvidos têm agido de forma coordenada, ressalta Nuno Martins, chefe de estruturação e vendas de derivativos do Bank of America Merrill Lynch no Brasil. “Tem tido um excesso de fluxo para ativos de risco de emergentes”, disse ele.

 

 

ISTOÉ

 

 

Powered by WPeMatico

banner_seridopneus-770