A ordem de prisão de Nestor Cerveró estava expedida pela Justiça Federal desde o dia 1º de janeiro, segundo revelou o advogado do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Edson Ribeiro. O advogado afirmou ainda que considerou ‘risível’ a justificativa para a detenção de seu cliente. Segundo o Ministério Público Federal, o pedido de prisão preventiva foi feito pois “há indícios de que o ex-diretor continua a praticar crimes e se ocultará da Justiça”.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobras foi preso pela Polícia Federal pouco depois da 0h30m desta quarta-feira, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Após ser retirado de dentro de uma aeronave, antes mesmo de desembarcar, Cerveró foi encaminhado para uma sala da PF no aeroporto e, logo depois, encaminhado para a delegacia da PF de Curitiba, onde estão presos os outros investigados na Operação Lava Jato.
O MPF assegura ter obtido informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) de que logo após o recebimento da denúncia e durante o recesso do Judiciário, que o ex-diretor tentou transferir para sua filha R$ 500 mil. Cerveró também transferiu recentemente, conforme noticiou o GLOBO, três apartamentos adquiridos com recursos de origem duvidosa, em valores nitidamente subfaturados: há evidências de que os imóveis possuem valor de mais de R$ 7 milhões, sendo que a operação foi declarada por apenas R$ 560 mil. A operação de transferência também foi apontada pelos procuradores no pedido de prisão.
Segundo Ribeiro, Cerveró tentou de fato transferir R$ 500 mil para sua filha, que sofre de uma doença, e o dinheiro poderia ser necessário para alguma emergência enquanto estivesse fora do pais. Mas não o fez, disse o advogado. A outra justificativa para a ordem de prisão de Cerveró, por conta da transferência de imóveis para familiares, o advogado diz não acreditar que o magistrado responsável pelo processo tenha considerado isso um crime.
“Me recuso a acreditar que um juiz tenha considerado isso crime. Não existem elementos para essa prisão. Doutor Sergio Moro jamais faria isso. Foi um juiz de plantão”, disse o advogado, que acrescentou:
“Se isso fosse crime, tranferir bens antes de qualquer denúncia, então por que não mandaram prender a presidente da Petrobras, Graça Foster, que também transferiu imóveis para familiares? Isso não é crime”.