Apple mostra o iOS 12 com dobro de velocidade e desafiando Google e Facebook

Compartilhar paraShare on FacebookTweet about this on TwitterShare on Google+Share on LinkedIn

Foto: Elijah Nouvelage/Reuters

Se você tem um iPhone, provavelmente já passou por uma experiência ruim ao atualizar o iOS: o celular, que até então funcionava superbem, fica lento e engasgando. Durante anos, isso alimentou teorias conspiratórias de que a Apple agia de forma proposital, para estimular as pessoas a comprarem iPhones novos. Até que, em dezembro de 2017, descobriu-se que, sim, era intencional: o iOS 11 reduzia a velocidade do processador de certos iPhones. A Apple se justificou alegando que, se ela não fizesse isso, os smartphones poderiam desligar ou reiniciar sozinhos em situações de uso intenso, pois suas baterias já estavam desgastadas e não conseguiam mais fornecer a corrente necessária. Para se redimir, a empresa abaixou o preço das baterias novas, e distribuiu uma atualização permitindo que os usuários reabilitem a velocidade total. Mas o caso, que ficou conhecido como batterygate, arranhou a imagem da Apple.

O iOS 12, que foi apresentado hoje pela empresa, vai na direção oposta: promete aumentar dramaticamente a velocidade de iPhones e iPads mais antigos. A Apple usou como exemplo um iPhone 6 Plus, bem antiguinho: foi lançado em 2014. Segundo a empresa, o iOS 12 deixa esse celular muito mais ágil: os apps abrem 40% mais depressa (o teclado supostamente é 50% mais rápido, e a câmera 70%).

O novo sistema poderá ser baixado em todos os dispositivos compatíveis com o iOS 11. Isso é uma novidade para a Apple, que sempre costumou excluir iPhones e iPads mais antigos de seus updates. As promessas de performance só poderão ser comprovadas quando o iOS 12 for liberado, o que está previsto para os próximos meses (a versão beta, para desenvolvedores, sai hoje mesmo).

Fora isso, o iOS não mudou muito: ele tem um app novo (o Measure, que permite medir objetos usando a câmera do iPhone ou do iPad), e traz alterações relativamente sutis no Apple News, na Siri e no aplicativo CarPlay – que finalmente vai permitir que você use o Google Maps ou o Waze em vez do Apple Maps. Mas o mais útil são as notificações agrupadas: agora, o iOS vai juntar notificações que tenham a ver umas com as outras. Uma sequência de mensagens do WhatsApp, por exemplo, poderá ser exibida numa só notificação. É algo que o Android já faz há vários anos, e o iOS realmente estava devendo – porque ajuda muito no dia a dia.

A nova versão do navegador Safari, tanto no iOS quanto no macOS, irá bloquear os mecanismos que o Facebook e o Google usam para monitorar a navegação das pessoas na internet. “Nós vamos acabar com isso”, disse Craig Frederighi, vice-presidente da Apple, sem citar nominalmente as duas empresas (LEIA MAIS: Como não ser espionado pelo Google e pelo Facebook).

Outras coisas pontuais

– o iOS ganhou a função Do Not Disturb (não perturbe), que silencia automaticamente as notificações do iPhone enquanto você dorme e também pode ser acionada manualmente – durante uma reunião, por exemplo.

– no novo sistema, você poderá criar o seu próprio animoji, baseado no seu rosto.

– o aplicativo FaceTime agora permite fazer chats em grupo, com até 32 pessoas.

– a Apple fez uma demonstração de realidade aumentada com Lego: você coloca algumas pecinhas sobre a mesa e o iOS projeta um cenário virtual e interativo, com casas, prédios e bonecos feitos de Lego.

– o watchOS, sistema operacional do Apple Watch, agora detecta automaticamente quando você se exercita (não é preciso iniciar manualmente o registro do exercício). É algo que o app Google Fit faz no Android, e facilita bem as coisas.

– o Apple TV passa a ser compatível com as tecnologias Dolby Atmos (de som surround) e Dolby Vision (que aumenta o contraste da imagem).

– a nova versão do macOS se chama Mojave, e tem como destaques a função Dark Mode, que escurece o Dock e as janelas (para cansar menos os olhos), e o Desktop Stacks, que organiza os ícones da área de trabalho.

– ainda não rolou a aguardada migração do macOS para a arquitetura ARM. (A Microsoft já portou o Windows para essa arquitetura, que promete revolucionar os notebooks.). A Apple disse que o iOS e o macOS continuarão existindo separadamente, mas o macOS poderá rodar apps do outro sistema no futuro.

Super Interessante

Powered by WPeMatico