Integrante da comissão temporária criada para analisar as propostas da reforma política, o senador Garibaldi Filho se reuniu ontem, assim que chegou a Brasília, como assessores para fazer uma análise das propostas aprovadas na Câmara e que serão analisadas hoje no Senado. Garibaldi é autor da proposta que adiou a votação de um dos itens mais polêmicos do pacote de mudanças na legislação eleitoral: o que disciplina a divulgação de pesquisas de opinião pública no período de campanha eleitoral.
“Nessa questão, minha proposta fica no meio termo: nem oito, nem oitenta. Acho que proibir a divulgação de pesquisa no período do silêncio (48 horas antes do pleito) é razoável. As propostas apresentadas estavam muito radicais”, observou Garibaldi. O senador do PMDB do Rio Grande do Norte disse ainda que no Congresso há um consenso de que a diminuição do tempo de campanha no rádio e na televisão, para reduzir os custos, é necessária.
Também integrante da reforma política, o senador José Agipino defende que a prioridade do Senado se volte para a cláusula de barreira. O presidente nacional do DEM mostrou-se favorável ao fim da reeleição, mas chamou atenção que o mandato de cinco anos trará um grande debate. “Sobre esse mandato de cinco anos não há consenso”.
Sobre as propostas polêmicas, a senadora Fátima Bezerra (PT) disse que é contra o financiamento empresarial de campanha por entender que o modelo atual abre brechas para desvios e distorções, além de permitir uma influência cada vez maior do poder econômico no processo eleitoral. A respeito das pesquisas, ela informou que qualquer mecanismo que venha a colaborar com o aperfeiçoamento do processo e coibir a manipulação será bem-vindo.