Primeiro foi o escândalo do mensalão. Depois, o da Lava-Jato. Veio então o embate do ajuste fiscal, o Orçamento deficitário, o dólar a mais de R$ 4 e a dificuldade do governo federal de tirar o país da crise. Ao somar esses fatores ao calendário eleitoral — que determina que o político precisa estar filiado ao partido pelo qual pretende disputar uma eleição um ano antes do pleito —, o resultado que se verifica na última semana de setembro é um notável êxodo nos quadros do PT.
Na última quinta-feira, o deputado federal Alessandro Molon (RJ) anunciou que deixava a sigla, rumo à recém-criada Rede, de Marina Silva. O GLOBO apurou que devem segui-lo outros três deputados petistas: Assis do Couto (PR), Toninho Wandscheer (PR) e Weliton Prado (MG). No Senado, o cenário não deverá ser diferente. Em abril, Marta Suplicy anunciou que saía do partido e assina sua filiação ao PMDB. Paulo Paim (PT-RS) disse que até o fim do ano decide seu destino e poderá ir para a Rede, o PDT, o PSB ou o PV.
Se analisado o cenário do PT nos estados, o êxodo também ganha evidência. Em São Paulo, até ontem, a legenda havia contabilizado a saída de 17% do total. No Rio de Janeiro, três dos dez prefeitos eleitos em 2012 já haviam deixado o partido, uma retração de 30%.