Durou quatro horas a reunião da presidente Dilma Rousseff com os ministros da Junta Orçamentária para discutir o tamanho do corte do orçamento deste ano. Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foram convocados para mostrar para a presidente as opções para o contingenciamento de despesa que variam entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões. O número deve ser anunciado somente na quinta-feira.
Em função da queda de braço do governo com o Congresso Nacional, que modificou uma das MPs do ajuste fiscal e diminuiu seu efeito, o peso dos argumentos de Levy para um corte drástico ganharam força. Esse ajuste fiscal liderado por ele é visto pelos economistas como a possibilidade de resgatar a confiança do mercado internacional, de investidores, empresários e até das famílias.
Internamente, Levy defende um contingenciamento de gastos de R$ 80 bilhões, segundo fontes do governo. Ele estaria disposto a sacrificar os investimentos para garantir o cumprimento da meta de economia para pagar juros da dívida pública, o chamado superávit primário, de R$ 66,3 bilhões, ou 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
Segundo interlocutores do Planalto, a presidente teria recomendado aos ministros que não vazassem o valor do corte. A divulgação oficial está prevista para quinta-feira.