O empresário Salim Schahin, acionista do Grupo Schahin, afirmou, em depoimento de delação premiada, que o contrato que o grupo assinou com a Petrobras para operar o navio-sonda Vitória 10.000 foi uma compensação do perdão de uma dívida que o PT tinha com as empresas do grupo.
Salim Schahin fechou acordo de delação premiada na semana passada em troca de redução de eventual pena no futuro. De acordo com a delação do empresário, em 2004, o Banco Schahin emprestou R$ 12 milhões ao empresário José Carlos Bumlai, que disse que o dinheiro era para o PT. Ainda segundo o empresário, para confirmar que o dinheiro era para o PT, Bumlai marcou uma reunião entre os acionistas do Grupo Schahin com o então tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
Segundo a delação do empresário, Bumlai não pagou o financiamento e, em 2005, o banco fez outro empréstimo a ele para quitar a primeira dívida. Dois anos após o segundo empréstimo, o Grupo Schahin teria se interessado pelo contrato para operar o navio-sonda da Petrobras. E, segundo Salim Schahin, Bumlai disse a ele que ajudaria na negociação entre o grupo e a estatal.
O contrato com a Petrobras foi assinado pela Schahin em 2009 no valor de US$ 1,6 bilhão, sem licitação. No depoimento de delação premiada, o empresário afirmou que a dívida que seria do PT com o Banco Schahin nunca foi paga mas foi perdoada no mesmo ano em que o grupo assinou o contrato de operação do navio-sonda com a Petrobras.