O ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou, em depoimento na CPI mista, que está “arrependido” de participar do esquema de corrupção. Segundo ele, os desvios se repetem em todo o Brasil e quem deseja ser nomeado diretor da estatal acaba se submetendo em troca de apoio político. “O que acontece na Petrobras acontece no Brasil inteiro. Em ferrovias, portos, aeroportos. Tudo”, explicou.
“Infelizmente aceitei uma indicação política para assumir a diretoria de abastecimento. Estou extremamente arrependido de ter feito isso”, desabafou. De acordo com ele, desde o governo de José Sarney (1985 a 1989) até o de Lula (2003 a 2010), todas as indicações para a direção foram políticas.
Logo no início da sessão, ele se negou a responder as perguntas dos parlamentares que integram a CPI. Costa ainda disse que foi a família quem o convenceu a fazer a delação premiada. “Não tem nada da delação que eu falei que eu não confirme. Fiz a delação para dar um sossego a minha alma e por respeito e amor à minha família”, disse.
As denúncias feitas durante a delação de Costa e do doleiro Alberto Youssef resultaram na prisão de 24 diretores e executivos de empreiteiras, além de um agente da Polícia Federal. Parlamentares e governadores citados estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal. (STF).