Um mutirão de cirurgias de catarata realizado nos dias 27 e 28 de setembro em Parelhas, na Região do Seridó do Rio Grande do Norte, ganhou destaque na imprensa nacional após 15 pessoas serem infectadas pela bactéria Enterobacter cloacae e uma idosa de 63 anos perder a visão do olho esquerdo. Veículos como G1 e GloboNews repercutiram o caso, que envolveu 48 pacientes atendidos na Maternidade Dr. Graciliano Lordão.
A idosa Izabel Maria, uma cabeleireira, teve que passar por um procedimento de evisceração ocular — retirada do conteúdo do globo ocular — após complicações decorrentes da infecção. Segundo relatos, Izabel retornou à maternidade dias após a cirurgia devido às dores intensas e, posteriormente, foi transferida para Natal, onde realizou a cirurgia no Hospital Universitário Onofre Lopes.
Em nota, a prefeitura de Parelhas afirmou que 15 dos 20 pacientes operados no dia 27 apresentaram sintomas de endoftalmite, uma infecção grave no olho, e que desde o primeiro momento adotou todas as providências necessárias. Além de assistência médica integral e acompanhamento por especialistas, o município cobriu os custos de cirurgias adicionais, como vitrectomias realizadas em quatro pacientes.
A prefeitura ressaltou que as cirurgias faziam parte do programa Fila Zero, voltado para atender à demanda reprimida por procedimentos oftalmológicos, e que todas as informações solicitadas foram repassadas à Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária do Rio Grande do Norte. Também foi oferecido suporte psicológico às vítimas e suas famílias.
O caso gerou comoção local e nacional, levando a prefeitura a notificar formalmente a empresa responsável pelas cirurgias, exigindo esclarecimentos imediatos. Além disso, um procedimento administrativo foi aberto para investigar as circunstâncias e eventuais responsabilidades.
A gravidade do caso, somada à repercussão nos principais veículos de comunicação, colocou em evidência a vulnerabilidade dos pacientes e os cuidados necessários em mutirões de saúde pública