Por interino
Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, negou nesta quarta-feira ter uma estratégia para protelar o julgamento de duas ações penais abertas no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter dito para a deputada Maria do Rosário (PT-RS), em 2014, que ela não merecia ser estuprada por ser feia.
Como informou O GLOBO em reportagem publicada nesta terça-feira, com a instrução dos processos já na fase final, Bolsonaro indicou como testemunhas dois aliados que utilizaram suas prerrogativas parlamentares para informar que só podem depor em agosto.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ)Antes de apoiar greve, Bolsonaro apresentou projeto que criminaliza interdição de vias
Bolsonaro diz que “não tem estratégia e não conhece ninguém no Supremo”. Segundo ele, “não há como não ser absolvido no processo” e o “julgamento ocorrerá em momento oportuno”.
— Ela (Maria do Rosário) estava defendendo estuprador menor de idade. E depois me chama de estuprador. Eu dei aquela resposta para ela, foi intempestiva, pode ter sido até agressiva, mas não poderia ir para casa com a pecha de estuprador.
O pré-candidato disse, ainda nesta quarta-feira, que não se preocupa com uma possível escalada do ódio durante as eleições deste ano. Bolsonaro foi sabatinado pelo jornal “Correio Braziliense”
— Quem mais fala de ódio é esquerda, que faz os piores memes sobre mim (…) Quando era moleque, as pessoas chamavam os outros de quatro olhos, gordinho. Hoje quem é chamado de gordinho virou mariquinha. Se bem que tem muito gordinho machão aqui — disse Bolsonaro, após dar uma olhada para a plateia da sabatina.
Para o candidato, a “questão de ódio é secundária” e as pessoas devem ter total liberdade de se expressarem.
Durante a entrevista, Bolsonaro foi confrontado com o fato de ter aprovado apenas quatro projetos em 28 anos como parlamentar. Ao ser perguntado sobre como negociaria com o Congresso, já que não havia conseguido ter um bom trânsito com seus pares, Bolsonaro pegou uma reprodução do documento lançado ontem por forças de centro.
— Quero agradecer ao centrão, porque ele vai votar comigo lá na frente. Vou ler o ponto 14 do manifesto: “(…) uma governabilidade centrada em um programa de governo e não na velha e esgotada fórmula de convivência baseada na troca de cargos e verbas por votos, muitas vezes com feições nada republicanas. Baseado nisso, então, eu vou votar com o centrão. Política tem que ser feito com verdade. Se é pra fazer a mesma coisa, vai continuar a roubalheira — disse Bolsonaro
Durante a entrevista, Bolsonaro disse que pretende investir na desburocratização e na diminuição do Estado, para que haja queda no desemprego.
— O governo não pode atrapalhar as pessoas a empreenderem.
Defendeu a Petrobras como uma empresa estratégica, e avisou que ainda vai analisar quais estatais seriam privatizadas em um possível governo.
O Globo
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