O publicitário Marcos Valério afirmou à Justiça que Cláudio Mourão, então tesoureiro da campanha do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição em Minas em 1998, recebeu R$ 700 mil para não fazer revelações que comprometessem os tucanos.
O depoimento do publicitário foi tomado em abril do ano passado no âmbito do processo do mensalão tucano, no qual Valério é réu, e foi exibido pela Record nesta segunda-feira (21).
Segundo as investigações, o mensalão tucano é um esquema de desvio de dinheiro de três estatais mineiras (Bemge, Copasa e Comig) para financiar a fracassada campanha de reeleição de Azeredo em 1998. Assim como no mensalão do PT, as empresas de publicidade de Valério participaram na lavagem dos recursos.
“Depois da eleição, o seu Cláudio Mourão chantageia o seu Eduardo Azeredo. Qual era a chantagem? O porquê que ele recebeu R$ 700 mil. São coisas que teriam que estar nessa denúncia […]”, diz Valério à juíza.
O publicitário não revela muitos detalhes sobre a chantagem, pois o tema foi objeto da delação premiada acertada com a Polícia Federal e, portanto, está sob sigilo. O acordo de colaboração ainda depende de homologação pelo Supremo Tribunal Federal.
Valério diz apenas que Mourão tinha um documento que destruía o PSDB de Minas. E que o esquema do mensalão tucano envolvia outras pessoas.
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