O nome do ministro da Agricultura, Neri Geller, foi citado por diversas vezes em depoimentos de testemunhas de processo da Justiça Federal de Mato Grosso sobre invasão e negociação de terras públicas da União destinadas à reforma agrária no estado. Na quinta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a Operação Terra Prometida, que investigou pelo menos 13 fazendeiros e empresários suspeitos de explorar terras destinadas à reforma agrária na região de Itanhangá (cidade a 447 km de Cuiabá) para monoculturas, como de soja e de milho. A acusação é do Ministério Público Federal (MPF), que solicitou à Justiça a expedição de 52 mandados de prisão.
O suposto envolvimento do ministro da Agricultura, Neri Geller, é decorrência de depoimentos de testemunhas que relataram que Geller seria proprietário de pelo menos dois lotes de um assentamento em Itanhangá destinado à reforma agrária, mas que teria sido ocupado por políticos por fazendeiros e políticos da região norte do Mato Grosso.
A Polícia Federal divulgou nota nesta sexta-feira (leia a íntegra ao final desta reportagem) informando que o ministro não foi investigado na operação. Devido às citações de Neri Geller nos depoimentos, o juiz federal Fabio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza, da Subseção Judiciária de Diamantino (MT), remeteu no final de agosto o processo para o Supremo Tribunal Federal (STF), única instância da Justiça autorizada a investigar ministros de estado.
Segundo a nota da Polícia Federal, “o Ministério Público Federal no Mato Grosso submeteu a aludida apuração ao Supremo Tribunal Federal que, após análise, devolveu os autos à primeira instância para prosseguimento da operação”.