A oposição classificou como “factoide” e ato de “desespero” o lançamento do plano de concessões, pela presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto nesta terça-feira. Líderes do DEM afirmaram que o PT, tardiamente, adere á tese das privatizações que, ideologicamente, sempre criticou. Mas que a medida vem em um momento que a economia brasileira está em crise, o que pode afetar a credibilidade dos investidores. Aliados do governo comemoraram o plano, ressaltando que é um dos eixos de retomada do crescimento econômico do país e permitirá uma “virada na agenda” em 2015.
O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), disse que, por questões ideológicas, o PT demorou mais de cinco anos para apostar em concessões e que este novo plano é lançado agora com muito atraso, depois dos prejuízos para a economia brasileira.
“O governo está acordando com pelo menos cinco anos de atraso, quando o país quebrou por culpa do mau governo do PT. O PT não fez concessões por razões ideológicas. Agora, depois de assistirem a economia quebrar, é mais ou menos como fechar a porta depois do ladrão arrombá-la”, criticou Agripino.
O senador oposicionista também questiona a decisão de uso de recursos do BNDES para custear parte dos investimentos. Para Agripino, o novo programa não serve como enfrentamento da atual crise econômica enfrentada pelo país porque os efeitos serão sentidos apenas a médio e longo prazos.
“Não dá um respiro. O processo é demorado. Entre lançar a concessão e ver a obra sair, demora. É mais um factóide, com resultados a médio e longo prazo. E resta saber de onde o BNDES vai tirar o dinheiro para empréstimos, até porque o BNDES tem vivido de repasses do Tesouro Nacional, que está quebrado”.