Apesar da resistência pessoal da presidente Dilma Rousseff, que soltou nota oficial garantindo a permanência de Aloizio Mercadante na chefia da Casa Civil, cresce no PT a pressão sobre a petista pela troca no comando da articulação política do governo.
O movimento ganhou força após o jantar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Dilma no Palácio da Alvorada na noite desta terça (10). O encontro na residência oficial foi interpretado por caciques do PT como um ultimato para Mercadante demonstrar poder de reação e resultados à frente da pasta. Caso ele não consiga reverter em um curto espaço de tempo, sua situação fica inviabilizada.
Mercadante e Rossetto estiveram no Alvorada depois que Dilma e Lula tiveram uma conversa franca de forma reservada. Segundo relatos, Lula teria feito críticas à coordenação política neste momento de crise.
De forma reservada, o ex-presidente tem dito que Mercadante já está inviabilizado e que tem dificultado o diálogo do Planalto com o Congresso Nacional.
Para o lugar de Mercadante, petistas próximos de Lula defendem o deslocamento do ministro da Defesa, Jaques Wagner, para a Casa Civil. Para o lugar de Pepe Vargas (Relações Institucionais) ganha força entre os próprios petistas o nome do ex-presidente da Câmara Henrique Alves, que é cotado para assumir a pasta do Turismo.
Com isso, Dilma agradaria ao PMDB duplamente, por colocar um aliado de Eduardo Cunha na articulação política do Planalto, ao mesmo tempo que manteria Vinicius Lages, afilhado político de Renan Calheiros, no Ministério do Turismo.
No último domingo (8), Jaques Wagner já abriu um canal de diálogo com Renan Calheiros em uma conversa reservada na residência oficial. O episódio explicitou o isolamento de Mercadante, que tem interlocução restrita com os principais atores do Congresso Nacional.
Outro nome cogitado para a coordenação política, desta vez pelo PMDB, é o do ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Os peemedebistas querem sua transferência para a pasta das Relações Institucionais.