Reunião do G7 acaba em tensão

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Em cúpula do G7, o presidente dos EUA, Donald Trump, conversa frente a frente com premier Theresa May, do Reino Unido; presidente Emmanuel Macron, da França; chanceler alemã, Angela Merkel; e premier japonês, Shinzon Abe – Reprodução/Instagram Angela Merkel

 

Ela no ataque, ele na defensiva. Uma imagem publicada neste sábado pela chanceler federal alemã, Angela Merkel, dos líderes do G7 reunidos no Canadá faz sucesso nas redes sociais. A imagem mostra um encontro liderado pela chefe do governo de Berlim, em que os principais líderes dos países mais ricos do mundo estão de um lado e, de outro, está o presidente dos EUA, Donald Trump. Não demorou para que os internautas compartilhassem a imagem, que através da linguagem corporal dá uma amostra do clima de tensão entre os chefes dos sete países mais ricos do mundo — Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Japão e Alemanha.

No plano principal, aparece Merkel, cuja postura do corpo, inclinado para a frente, indica que ocorre um diálogo tenso e de discordância. Ao seu lado, estão o presidente da França, Emmanuel Macron, cujas mãos também estão sobre a mesa e as sobrancelhas estão arqueadas; e a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, que pouco se vê na imagem. À direita, está o premier do Japão, Shinzo Abe, cujos braços cruzados e a expressão fechada no rosto também sinalizam certo desconforto em relação à conversa

No Twitter, por exemplo, a foto viralizou. Houve quem comparasse a imagem a uma pintura renascentista, por conta da sua dramaticidade e expressões fortes. E também quem dissesse que Merkel parecia uma mãe dando uma bronca no filho. Fotos mais amplas divulgadas nas redes mostraram que havia ainda mais pessoas na sala, incluindo o premier do Canadá, Justin Trudeau, que estava ao lado de Trump.

O clima pouco amigável se explica, sobretudo, pelas discordâncias entre o chefe da Casa Branca e os outros líderes presentes. Trump fez uma advertência aos países do G7 neste sábado, afirmando que poderá encerrar todo o comércio com estas nações se não forem mudadas o que ele chama de “políticas injustas” que prejudicam o mercado americano. Ao mesmo tempo, no entanto, relatou ter proposto a criação de uma zona de livre comércio — sem tarifas, subsídios ou barreiras de qualquer tipo —, caso os parceiros presentes aceitassem inicialmente retirar todas as tarifas sobre os bens e serviços americanos.

Falando a repórteres no fim das reuniões em Québec, Trump disse que havia pressionado os outros membros do G7 a considerarem remover todas as tarifas ou barreiras sobre os bens americanos. E, em troca, ele faria o mesmo pelos produtos dos seus países. Mas, ao mesmo tempo, ameaçou aplicar severas penalidades aos parceiros que não fizessem as alterações nas políticas comerciais.

— Isso vai parar. Ou vamos parar de comercializar com eles. E esta é uma resposta muito vantajosa, se tivermos que fazer isso — disse Trump. — Nós somos como o cofrinho que todos estão roubando, e isso acaba.

A declaração foi feita pouco antes de sua partida antecipada da reunião de cúpula do grupo dos sete países mais ricos do mundo — Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Japão e Alemanha —, diretamente para Cingapura, onde se encontrará com o líder supremo norte-coreano, Kim Jong-un. Ainda não há informações de qual foi a resposta formal dos líderes do G7 à proposta de Trump. A chanceler alemã, Angela Merkel, garantiu, no entanto, que os membros do grupo estavam de acordo com um posicionamento comum em relação a esta questão.

— Parto do princípio que haverá um texto comum sobre o comércio. Mas isso não resolverá os problemas em seus pormenores. Temos concepções diferentes dos Estados Unidos — explicou.

O GLOBO

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