Temer mira na base aliada e acena com espaço num eventual governo

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temerentrevista

Mais do que cargos, deputados e presidentes de partidos da base aliada têm recebido acenos de que passarão a ter poder político real para influenciar diretamente decisões em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer. Em conversas que se intensificaram nas últimas semanas, parlamentares de partidos que compõem o “centrão” da base aliada, como PR, PP e PSD — aqueles que tradicionalmente apoiam todos os governos, à exceção de PT e PCdoB — se tornaram alvo de investidas do grupo do vice, que busca votos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Na linha de frente da execução dessa estratégia estão os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco e os ex-deputados peemedebistas Rodrigo Rocha Loures, Geddel Vieira Lima e Sandro Mabel, este último o mais ativo da equipe nas conversas dentro da Câmara.

Os principais argumentos usados são os estilos diferentes de Dilma e Temer na convivência política; a ampliação de espaços no governo, e a garantia de que os compromissos assumidos serão cumpridos. Sempre “muito discreto”, contam os políticos que tiveram encontros recentes com o vice, Temer fala em respeito ao Parlamento e cita que irá incorporar aos programas dos ministérios as emendas dos deputados, garantindo sua execução, e fazendo sair do papel a obrigação de o governo cumprir o orçamento que for aprovado pelo Congresso — levando ao que ele próprio chamou na sexta-feira de “semiparlamentarismo”.

“Não se fala em distribuição fria de cargos, “você vai ser ministro disso ou daquilo”. As conversas giram em torno da ideia do governo de coalizão e que espaço não é problema, haverá para os que chegarem e será ampliado aos que já estão”, revelou um dos deputados participantes das reuniões.