
A 55º edição da Festa do Boi, a maior “expofeira” ligada ao agronegócio no Rio Grande do Norte, terá este ano uma mesa redonda promovida pelo SEBRAE/RN, e com a participação da ABRALEITE, para discutir a lei Nivardo Mello – que reconhece a existência de queijos artesanais, como o “coalho” e o de “manteiga”, feitos a partir de leite cru, bem como a manteiga da terra. Ela acontece no dia 11 de outubro, no Espaço SEBRAE na Festa do Boi, Parque de Exposições Aristófanes Fernandes, Parnamirim, das 14h às 18h.
Criada este ano em Brasília, a Associação Brasileira de Produtores de Leite – ABRALEITE –, que espera fazer novos associados na Festa do Boi, apresenta dados preocupantes sobre o setor leiteiro nacional. De acordo com a entidade, nas últimas duas décadas o número de produtores de leite no Brasil caiu de 1,8 milhão para 1,1 milhão. O setor, porém, ainda é o único a ter produtores em todos os municípios nacionais.
Para o presidente da ABRALEITE, Geraldo Borges, que estará na Festa do Boi, o setor leiteiro sofre atualmente com o baixo e instável preço do produto. “Os principais desafios do setor nesse momento são a obtenção de preços estáveis e preços justos ao leite produzido no país” – disse. O produto, atualmente, é usado como moeda de troca em acordos internacionais, como instituídos no MERCOSUL, e seus produtores advertem que isto tem provocado importações predatórias. Elas estariam inviabilizando o setor, incluindo aí uma fração da indústria nacional que lida com o leite.
De acordo com o produtor Ricardo Roriz da Rocha, a presença da ABRALEITE na Festa do Boi é sinal de compromisso da entidade com os seus ideais. “Além de prestigiar o evento, a ABRALEITE demonstra sinceridade e emprenho na luta em favor dos produtores de leite do nosso país” – sublinhou. Ele ainda destacou a força da entidade em seu surgimento, com mais de 500 sócios-fundadores vindos de todos os estados da federação, e disse que o setor leiteiro precisava de uma associação para defendê-lo e representá-lo nacionalmente. “Além da questão do preço, há o problema das dívidas dos produtores, a discussão sobre a volta da constitucionalidade e possibilidade da cobrança retroativa do FUNRURAL e a legalização do queijo artesanal. Isso tudo, então, pedia a existência de uma associação como a ABRALEITE, a quem eu convido os produtores de leite a se associarem” – concluiu.