Ao deixar a presidência do Senado na última quarta-feira, cargo para o qual foi eleito quatro vezes nos últimos 12 anos, Renan Calheiros (PMDB-AL), em vez de submergir para tentar sair do foco da Operação Lava-Jato, assumiu um posto de destaque, a liderança do PMDB na Casa.
Senadores e pessoas próximas dizem que não é perfil de Renan sair de cena e que ele deve continuar esticando a corda com o Judiciário, até como estratégia de defesa. Assim, caso venha a ser condenado, ele teria o discurso de que estaria sendo perseguido porque contrariou interesses.
Em seu último discurso como presidente do Senado, na última quarta-feira, ele disse defender a continuidade da Lava-Jato, mas não deixou de fazer críticas veladas às investigações, dando um indicativo de que não baixará o tom: “Embora alguns segmentos no Brasil, na ambição do poder, estejam flertando perigosamente com o fascismo e desprezando o valor do voto, garanto, mais uma vez, que eles não passarão. A história não perdoa os oportunistas e jamais esquece os covardes e os omissos”.
