O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, afirmou que não há indícios de que o decreto dos Portos sancionado pelo presidente Michel Temer (PMDB) beneficiou a empresa Rodrimar e chegou a sugerir que não houve crime no episódio. A declaração foi em entrevista à agência de notícias “Reuters”, publicada nesta sexta-feira.
— No final, a gente pode até concluir que não houve crime. Porque ali, em tese, o que a gente tem visto, nos depoimentos, as pessoas têm reiteradamente confirmado que não houve nenhum tipo de corrupção, não há indícios realmente de qualquer tipo de recurso ou dinheiro envolvidos. Há muitas conversas e poucas afirmações que levem realmente a que haja um crime — disse.
O episódio envolvendo o Porto de Santos é a única investigação em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que envolve o presidente da República, que nomeou Segóvia para o cargo no fim do ano passado. Apesar da fala do diretor-geral, o inquérito é conduzido pelo delegado Cleyber Malta Lopes, que tem total autonomia para conduzir a investigação. Em janeiro ele encaminhou 50 perguntas ao presidente sobre o episódio.
A suspeita inicial da investigação é de que um decreto do governo Temer foi feito sob medida para atender aos interesses de empresas do setor portuário. O pedido de abertura de inquérito foi feito ainda pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot.
O Globo
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