Dois dias após a confirmação da condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a Bolsa subiu 2,2% e bateu um novo recorde nominal. Na sessão desta sexta-feira, 26, o principal índice, o Ibovespa, fechou aos 85.530 pontos. Com isso, já acumula alta de 5,31% em uma semana que teve só quatro pregões. Os analistas já projetavam que a Bolsa superaria os 80 mil pontos este ano. O que espanta é a velocidade em que isso aconteceu.
O dólar à vista ficou estável, a R$ 3,1385. Os juros futuros tiveram mais um dia de queda nesta sexta-feira, com os investidores alimentando a expectativa de que Lula seja impedido de disputar as eleições deste ano. Catalisado pela derrota do petista, o mercado tem sido alimentado ainda pelo apetite por risco no exterior.
A reação dos investidores à condenação de Lula reflete a preocupação do mercado com o discurso mais radical adotado pelo ex-presidente, que vai na direção de retomada da “nova matriz econômica”, contra privatizações e as reformas da Previdência e trabalhista. “O fato de um candidato forte de esquerda estar praticamente inviabilizado abre espaço para alguém reformista”, diz o analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech. “A tendência é continuar em alta, mesmo porque o mercado não acredita que a reforma da Previdência passará em fevereiro.” Segundo ele, nos últimos quatro meses, a média de volume negociado na Bolsa estava em torno de R$ 10 bilhões. Na quarta-feira, 24, data do julgamento, subiu para R$ 15 bilhões.
ESTADÃO CONTEÚDO
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