Do ano de 2023, a XX edição do Troféu Cultura teve como homenageados Paulo Souto (in memoriam) e o artista plástico Assis Marinho, que tem vivência no Seridó a partir da infância. Entre os vencedores, quatro prêmios foram para o Seridó: Melhor espetáculo cênico – 1877, da Trapiá Cia Teatral, de Caicó; Melhor Cantora – Deusa do Forró, de Acari; Artes Visuais – Gabriel Fernandes, de Caicó; e Produção Cultural – Titina Medeiros, de Acari.
Assis Marinho, homenageado no Troféu Cultura 2023, nasceu na Paraíba, mas a partir de sua infância viveu em São João do Sabugi, onde permaneceu até passar a residir em Natal. Autodidata, ele criança já desenhava com carvão nas calçadas da cidade. Sua arte em giz de cera, aquarela ou óleo retratam o sertão com homens, mulheres e crianças no cenário da caatinga, com sua marca maior: o olhar sedento, faminto, que remete às dificuldades do povo sertanejo. Sua arte já esteve em diversas exposições pelo país, inclusive em Brasília e no Museu de Arte Contemporânea (MAC).
O Troféu Cultura é uma realização do jornalista Toinho Silveira, em reconhecimento aos artistas potiguares, que tiveram sua arte em destaque durante o ano. A escolha dos indicados acontece através de uma curadoria. Depois desta escolha, acontece uma votação aberta ao público, onde, em cada categoria, é escolhido um dos selecionados como vencedor. A votação permite que, cada pessoa, vote uma vez, escolhendo um vencedor para cada categoria: Literatura, Artes Visuais, Melhor Atriz/Ator, Melhor Espetáculo Cênico, Melhor Banda, Melhor Cantor/Cantora, Melhor Show, Audiovisual, Artista do Ano, e Melhor Produtor/Produtora Cultural.
A cantora Iranilda Sant’Ana, “Deusa do Forró”, de Acari, recebeu Troféu Cultura de Melhor Cantora. Ela esteve em 2023, apresentando-se no “Lisboa in Baião”, em Lisboa, e em Porto de Aveiro, em Portugal, e já recebeu convites para retornar, bem como, para Alemanha e Suíça. Deusa tem orgulho em dizer que carrega a bandeira do forró autêntico, o forró de raiz, e se diz amante da cultura nordestina, sendo parte da luta para o forró ser considerado patrimônio cultural imaterial do Brasil.
Em Arte Visual, o artista vencedor do Troféu Cultura, foi Gabriel Fernandes, de Caicó, que desde 2016 produz telas com arte em colagens. Com recortes diversos, em diferentes tamanhos e cores, Gabriel fala de sertão, de brasilidade, dos mais variados temas que surgem na sua imaginação. Uma de suas produções mais famosas foi inspirada em xilogravuras de cordel, montada numa base de televisão, encontrada no lixo, e seu vídeo, com esta arte, chegou a mais de 6 milhões de visualizações no Instagram. Mesmo com tanto sucesso, Gabriel Fernandes se diz surpreso pela indicação através da curadoria do Troféu Cultura 2023 e ainda mais de ter sido vencedor.
Em espetáculo cênico o vencedor foi “1877” da Trapiá Companhia Teatral, de Caicó, que fala de uma das maiores secas do Nordeste e traz as angústias e resistência do sertão nordestino, com destaque para a força e a coragem do povo sertanejo, no combate às negligências governamentais. O diretor da Trapiá Cia Teatral, Lourival Andrade, destaca que este é um tricampeonato da Trapiá no Troféu Cultura. Em 2021, a Companhia ganhou o troféu de melhor espetáculo cênico, com Chico Jararaca, e melhor ator que foi Alexandre Muniz; em 2022, também venceram melhor espetáculo cênico, com Menino Pássaro, e agora, vem o troféu de melhor espetáculo cênico com “1877”.
Em Produção Cultural, o troféu foi para a atriz de teatro e televisão, e idealizadora da Produtora Casa de Zoé, Titina Medeiros, de Acari. Sobre o Troféu Cultura como produtora cultural, Titina se diz “muito agradecida ao carinho dos que gostam do meu trabalho, que torcem para que minha arte e projetos sigam cheios de ânimo e saúde . Eu amo verdadeiramente vocês. Sinto o amor, a alegria, a boa onda. As vezes sou tímida e não sei receber na hora, mas acreditem, o coração grita de alegria e agradece”.
