Dados coletados pelo Blog do Marcos Dantas junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), por meio da Estação Climatológica de Caicó, apontaram que a cidade enfrentou, na tarde da última terça-feira, 4 de novembro, uma das temperaturas mais altas do ano: 39,8 °C às 15h, com umidade relativa do ar em apenas 11%. A combinação de calor intenso e ar extremamente seco colocou o município em situação de alerta, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera críticos os níveis de umidade abaixo de 12%.
Esse índice de 11% é extremamente baixo — quase um nível de deserto. O ideal para o corpo humano é que a umidade do ar se mantenha entre 40% e 60%, faixa considerada confortável e segura para a saúde. Quando o ar fica tão seco, o organismo perde mais água e há risco de desidratação, irritação nos olhos, garganta e pele, além do aumento das crises respiratórias e alérgicas.
As condições registradas em Caicó foram semelhantes às de grandes desertos do mundo. No Saara, por exemplo, a umidade varia entre 10% e 20% e as temperaturas ficam entre 40 °C e 45 °C. No Deserto de Atacama, no Chile, os valores oscilam entre 5% e 15% de umidade e 35 °C a 40 °C de temperatura — números praticamente iguais aos medidos na capital do Seridó. Isso significa que, naquele dia, Caicó literalmente viveu um clima de deserto, cenário que tem se tornado mais frequente com o avanço das ondas de calor no Nordeste.
O INMET recomenda hidratação constante, evitar exposição solar entre 10h e 16h, usar roupas leves e umedecer o ambiente interno com toalhas molhadas ou recipientes com água. A população mais vulnerável — como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias — requer atenção redobrada durante períodos de calor extremo como o registrado em Caicó.
