Apesar do prefeito afastado de Caicó Batata Araújo, ter declarado no momento de sua prisão em agosto de 2018, que o que possuía era R$40 mil em conta bancária e R$35 mil em dinheiro que foi apreendido em sua residência, consta no processo a apreensão de uma série de cheques em poder do gestor.
Conforme consta como provas no processo do Ministério Público e que foi encaminhado à Câmara Municipal de Caicó, uma quantidade de cheques com valores bem elevados. Um no valor R$ 31 mil reais, um segundo no valor R$ 30 mil reais e um terceiro cheque no valor de R$ 40 mil reais.
Todo o material foi apreendido durante a deflagração da Operação Tubérculo, desencadeada pelo Ministério Público e contou ao todo, com 12 promotores de Justiça, 22 servidores do MPRN e 28 policiais militares.
A operação Tubérculo é um desdobramento das operações Cidade Luz, deflagrada em julho de 2017 e que aponta um esquema criminoso na Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Natal através da constituição de cartel entre empresas pernambucanas que prestavam serviços de iluminação pública na cidade; e Blackout, realizada em agosto do mesmo ano e que apura superfaturamento e pagamento de propina para manutenção do contrato de iluminação pública em Caicó.
Ainda de acordo com o MPRN, “o envolvimento de Robson de Araújo com o esquema fraudulento começou antes mesmo de ser empossado prefeito de Caicó, ainda em novembro de 2016. A investigação sobre a participação do prefeito foi iniciada após os empresários Allan Emannuel Ferreira da Rocha e Felipe Gonçalves de Castro, presos na operação Cidade Luz, firmarem termo de colaboração premiada com o MPRN”.
Nas delações, Allan Emannuel e Felipe Gonçalves admitiram e apresentaram provas que negociaram com Robson Batata a continuidade da prestação dos serviços de manutenção da iluminação pública mediante pagamento de propina. Eles batizaram de ‘lâmpada’ cada pagamento de R$ 1 mil que era efetuado.
Os empresários, ainda segundo o MPRN, “apresentaram provas que mostram que foi estabelecido até mesmo um cronograma para o repasse da propina. Os empresários, a mando de Robson Batata, também negociaram com o lobista Edvaldo Pessoa de Farias. Pelo ‘serviço’, Edvaldo recebia uma ‘mesada’ de R$ 3 mil dos empresários”.
Para o MPRN, há indícios de que o prefeito Robson Batata recebeu aproximadamente 70 ‘lâmpadas’ pela manutenção de contratos para execução de serviços de iluminação pública com as empresas Real Energy Ltda e Enertec Construções e Serviços Ltda.
O prefeito de Caicó foi denunciado duas vezes pelos crimes de corrupção passiva, dispensa indevida de licitação, corrupção ativa (também duas vezes) e associação criminosa.
Confira anexos do processo onde detalha o material apreendido:
