
A possibilidade de abertura do capital da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) para investidores particulares a curto prazo está praticamente descartada. A informação foi confirmada ontem pelo presidente da estatal, Marcelo Toscano, que mais uma vez refutou a intenção de privatização da empresa. “Há muito o que se fazer e saber se é viável ou não essa medida. Abertura de capital não é uma coisa de curto prazo”, declarou. Na quinta-feira passada, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou edital de licitação para contratar estudos técnicos que visam a estruturação de projeto de participação privada em serviços da Caern e outras empresas públicas de saneamento.
Somente após o estudo, a Caern analisará se abrirá quotas de participação para investimentos privados e de que forma isso ocorrerá. “A possibilidade firmar uma Parceria Público Privada (PPP), por exemplo, será definida somente após esse estudo”, disse. Marcelo Toscano destacou que o estudo contratado pelo BNDES não se restringe à Caern e não significa intenção em privatiza-la. “O que está se fazendo não é só na Caern, mas em todas empresas de saneamento no Brasil. O que poderá ser feito é o direcionamento de investimentos nas companhias. Hoje, nosso maior gargalo é a perda comercial e aparente (perda de água desde a captação até a distribuição às torneiras). Gira em torno de 49%”, comentou Marcelo Toscano.
Ele acredita que os estudos, que deverão consumir até um ano, irão apontar caminhos para que as empresas de saneamento envolvidas se tornem ainda mais rentáveis e otimizem serviços. O diretor presidente da Caern destacou que a companhia potiguar não acumula dívidas e tem pago os salários de todos os servidores em dia, no mês trabalhado. “Hoje, a Caern não deve aos funcionários e vem investindo no que pode”, disse. A Caern deverá convocar, até agosto deste ano, aprovados no último concurso. Há, ainda, a previsão de abertura de novo certame ainda este ano para outros cargos na área administrativa.