O quarteto ofensivo, com Willian, Coutinho, Neymar e Gabriel Jesus, começou como a grande esperança da seleção brasileira na Copa, mas é na defesa que o técnico confia para ver a equipe chegar às quartas de final.
Tite espera para a partida contra o México, às 11h desta segunda (2), em Samara, a repetição de algo que se acostumou a ter: uma defesa sólida.
Com um gol tomado até agora no Mundial da Rússia, o Brasil foi a segunda equipe menos vazada na primeira fase do torneio -atrás apenas do Uruguai, que passou da fase de grupos sem levar gol.
Comandada pelos experientes Thiago Silva e Miranda, ambos de 33 anos, a defesa é considerada por Tite o ponto de equilíbrio da seleção brasileira nas oitavas de final.
A última vez que o Brasil não passou do primeiro mata-mata foi na Copa do Mundo da Itália, em 1990.
A consistência do sistema defensivo não é algo construído apenas no Mundial. Desde as eliminatórias, Tite acertou o posicionamento independentemente da troca de jogadores e das duas formações utilizadas durante os jogos: o 4-2-3-1 ou o 4-1-4-1.
Em 24 partidas sob o seu comando, foram apenas seis gols sofridos. Ou seja, um a cada quatro jogos.
Para obter bons resultados no esquema defensivo, o treinador conseguiu algo raro na seleção com o seu protagonista. Ele convenceu Neymar a participar do sistema, o que Romário -em 1994- e Ronaldo -em 1998, 2002 e 2006- se recusavam a fazer.
O jogador do Paris Saint-Germain e Gabriel Jesus recuam até a defesa brasileira quando o adversário está com a posse de bola.
No jogo contra o México, Neymar terá a função de perseguir o lateral direito Álvarez.
“Na posição defensiva, não somos só os quatro e o primeiro volante. O poder defensivo do Brasil começa desde o Gabriel. Lá com Neymar e Willian”, disse o volante Casemiro, um dos destaques da equipe.
“Não só os cinco que a galera vê tirando bola, e o goleiro. São os 11 dentro de campo que defendem e os 11 que atacam. Não podemos tirar o mérito deles”, acrescentou o ex-volante do São Paulo, que jogará pendurado nesta segunda.
A confiança de Tite no setor defensivo pode ser medida pelos capitães da equipe na Copa. No rodízio feito pelo treinador com a faixa, apenas Thiago Silva, Miranda e Marcelo a usaram.
Nesta segunda, Silva colocará a braçadeira pela segunda vez no Mundial.
Apesar do equilíbrio nas últimas partidas, o Brasil leva vantagem nos confrontos com os mexicanos. Até agora, foram 23 vitórias, 10 derrotas e 7 empates.
Foram quatro duelos em Copas, com três vitórias brasileiras e um empate. No Brasil, em 2014, os dois times empataram em 0 a 0, em Fortaleza.
“Dado estatístico, olhando para o passado, tal qual outras referências, como vitória de ouro olímpico [quando os mexicanos ganharam do Brasil na final dos Jogos Olímpicos de Londres 2012]. Podemos buscar dados da maneira que convir. O que é importante amanhã? No jogo anterior, todos os atletas tiveram muito bom ou bom desempenho. Isso fortalece a equipe”, disse o treinador, que fez mistério sobre a estratégia que usará contra os adversários.
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