O Rio Grande do Norte passa pela “pior situação da pandemia no estado”, afirmou o secretário de Saúde, Cipriano Maia, nesta segunda-feira (15). Maia confirmou que o governo estadual discute a elaboração de novo decreto, que poderá ter regras ainda mais duras para conter a disseminação do novo coronavírus.
O secretário disse em entrevista à InterTV Cabugi que o último decreto publicado pelo Governo do Estado perde a validade na quarta (17) e um novo deve ser editado. De acordo com o gestor, o documento deve conter novas medidas, seguindo recomendação do comitê científico.
“A última recomendação foi que pudéssemos restringir realmente as atividades comerciais aos serviços essenciais. E o governo vai estar discutindo e dialogando hoje e amanhã para que na quarta-feira, com a edição do novo decreto, possamos anunciar novas medidas. E elas vão no sentido exatamente de afetar aqueles setores que provocam ainda encontros e aglomerações. Transporte público, espaços fechados que aglomeram pessoas e todas essas possibilidades, elas estão sendo discutidas”, disse Cipriano.
Segundo o Regula RN, na manhã desta segunda (15), o RN tinha 715 pacientes em leitos Covid, sendo 347 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), e 94 pessoas à espera de um leito crítico. Cipriano Maia demonstrou preocupação com a situação da pandemia no Estado.
“Nós tivemos também o aumento da mortalidade nos últimos dias, o que revela a pior situação da pandemia no estado em termos de agravamento nessa segunda onda”, destacou.
O secretário disse ainda que novos leitos de UTI devem ser abertos pela Sesap até o fim desta semana. Eles devem ser instalados no Hospital Giselda Trigueiro, no Hospital da Polícia, no Hospital João Machado e no Hospital de Campanha em São Gonçalo do Amarante.
De acordo com Maia, a demora para abertura dos leitos se deve à falta de equipamentos essenciais para o funcionamento das UTIs. “Grande parte da dificuldade de fazer essa expansão mais célere no momento, são bombas de infusão. Não tem disponibilidade no mercado”, disse. Ele citou também a dificuldade em adquirir insumos, como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e alguns tipos de medicamentos, mas informou que recebeu um carregamento desses itens neste final de semana.
“Mas sempre chamo atenção: a corrida por leitos não é uma boa corrida. A corrida que temos que fazer é a corrida para restringir o contato social e evitar essa corrida por leitos, porque o leito não significa salvar vidas. Significar que vai ter assistência oportuna, mas o número de óbitos em pacientes que precisam de intubação é muito alto e a população precisa saber disso para depois não chorar a imprudência que se cometeu por não ter cumprido medidas de isolamento, distanciamento e de proteção”, finalizou o secretário.