O deputado Paulo Maluf (PP/SP), integrante da comissão que analisa o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, acusa o governo de oferecer cargos para “comprar” o apoio de parlamentares do seu partido para salvar o mandato de Dilma.
O ex-prefeito de São Paulo prometia votar contra a cassação da presidente, mas diz que se agora sente “liberado” para mudar de ideia. “O governo está se metendo num processo de compra e venda que é detestável”, disse Maluf à Folha.
“Querem construir maioria no Legislativo dividindo o Executivo. Não é assim”, afirmou. O deputado não quis citar nomes de colegas do PP que estariam negociando votos em troca de cargos e verbas. Ele trava um conflito interno com a direção do PP. “Se os deputados do partido se elegeram com a Dilma, eles tinham a obrigação moral de estar com ela agora”, afirmou.
“Eu não queria fazer uma injustiça com a presidente, que é uma senhora correta e tem uma vida limpa. Mas agora a minha tendência está mudando”, disse Maluf. O ex-prefeito fez elogios ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), que substituirá Dilma se o impeachment for aprovado. “O Michel é um sujeito correto e decente. É um homem respeitado, um político nota 10”, disse Maluf.
