Contradição: Governo economiza R$ 880 milhões com seguro-desemprego dificultando acesso ao benefício

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O Brasil tem atualmente 11,4 milhões de desempregados, o maior número desde 2012. Mesmo assim, o governo conseguiu economizar R$ 880 milhões com o pagamento do seguro-desemprego. De janeiro a abril deste ano, 2,4 milhões de demitidos sem justa causa receberam o benefício, 426 mil a menos que os 2,8 milhões do início de 2014, quando as regras para requerer o seguro eram mais flexíveis.

A recessão não evitou que o governo, no início do ano passado, tornasse mais difícil conseguir o benefício, para ajudar a equilibrar as contas públicas. Só tem direito ao auxílio o demitido que trabalhou 12 meses no mesmo emprego. Antes, bastavam seis meses.

Segundo o Ministério do Trabalho, a parcela de demitidos com direito ao seguro caiu de 75% para 65% depois que as regras mudaram. Ao focar a restrição na primeira solicitação do seguro, o governo atingiu em cheio a principal clientela do programa, estimada em 60% do total.

“Isso agrava o desespero das pessoas que estão sem colocação no mercado. É uma incoerência, porque o seguro-desemprego existe exatamente para amparar os trabalhadores no momento da demissão”, disse o especialista Rodolfo Torelly.