A covid-19 afetou a vida de todos não só em relação às mortes e internações, mas também em relação ao funcionamento de diversos setores e serviços de saúde, interferindo no controle e diagnóstico de outras patologias. É o caso da hanseníase, que teve queda em torno de 50% no número de novos diagnósticos em razão da diminuição do acesso aos serviços de saúde durante a pandemia, segundo o último Boletim Epidemiológico de Hanseníase do Ministério da Saúde. Entre as doenças negligenciadas, a hanseníase afeta 210 mil pessoas por ano em todo o mundo, 30 mil só no Brasil, segundo país em número de casos.
De acordo com o dermatologista Maurício Lisboa Nobre, assessor para hanseníase na Organização Mundial de Saúde (OMS) e pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da UFRN (IMT), no Rio Grande do Norte, a média de casos novos detectados anualmente caiu de cerca de 300 para menos de 200 casos nos dois últimos anos. “Por esse motivo, o Programa Nacional de Controle da Hanseníase estabeleceu a semana de 17 a 21 de janeiro de 2022 como uma semana de intensificação das ações de busca ativa de casos, coincidindo com o Janeiro Roxo, um mês já dedicado ao controle da endemia no Brasil”, explicou o médico.
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