Inaugurado em 1935 o Açude Itans de Caicó vem sendo motivo de preocupação já alguns anos, com relação ao crescente fluxo de veículos, sobretudo de caminhões com cargas perigosas de combustíveis, que passam por cima de sua parede e colocam em risco a estrutura da barragem em razão do peso das cargas, bem como perpetuam a possibilidade de contaminação da água através do tombamento de caminhões no espelho d’água, comprometendo o abastecimento, a pesca e a agricultura.
Um trabalho intitulado de “A Rodovia do Medo: O trânsito de cargas nocivas sobre a parede do Açude Itans”, elaborado pelos pesquisadores Jhonathan Lima de Souza (Unicamp), Ana Caroline Damasceno Souza (UFRN) e Eduardo José Marandola Júnior (Unicamp) procura relacionar a problemática do trânsito de cargas perigosas sobre o Itans em Caicó, com a limitação conceitual de riscos tecnológicos, trazendo a possibilidade do uso dos riscos híbridos para a pauta à luz do conceito da técnica em seu sentido ontológico.
Como resultados, o estudo apresenta que 63% do fluxo de cargas perigosas são de gasolina. Por outro lado, além de caminhões com cargas perigosas, há um grande trânsito de caminhões de diversos tipos, como baú e truck, chegando a mais de 180 veículos por dia.
Por fim, os autores destacam a urgência em implantar alternativas que diminuam ou mitiguem os riscos associados e colocam a necessidade da adoção dos conceitos de riscos híbridos, a fim de abarcar a complexidade e totalidade envolvida na imbricação de elementos diversos do objeto em estudo.





