Desde 2019, o campus do Ceres/UFRN, em Caicó, sedia o Mestrado em História dos Sertões, um programa pioneiro no país, que vem ampliando a produção de conhecimento sobre a história, cultura e identidade do interior nordestino. Coordenado pelo professor Joel Dantas, o curso é fruto de anos de trabalho do Departamento de História e do Ceres, com apoio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFRN.
Segundo o professor Joel, a proposta nasceu de um desejo antigo de oferecer pós-graduação stricto sensu no Seridó, após experiências bem-sucedidas com especializações. Tentativas anteriores de aprovação junto à Capes não tiveram êxito, mas, a partir de 2016, o grupo conseguiu estruturar um projeto sólido, aproveitando a ausência de programas voltados especificamente à História dos Sertões.
O mestrado tem como diferencial a forte relação com a região, realizando missões de pesquisa e mantendo estruturas únicas no interior, como o Labordoc – laboratório que guarda documentos históricos, inclusive do século XVIII, sob custódia do Judiciário e a Cordelteca Poeta Djalma Dantas. Esses espaços garantem acesso a fontes primárias essenciais para a pesquisa histórica.
Com duas linhas de pesquisa – “Cultura material, poder e sociedade nos sertões” e outra voltada para dimensões culturais e históricas específicas o programa já desenvolveu estudos sobre práticas culturais, trajetórias de comunidades e personagens de cidades como Caicó, Jardim do Seridó, Currais Novos, São João do Sabugi e São José do Seridó.
Para Joel, a pós-graduação no interior não apenas descentraliza a produção acadêmica, mas valoriza e preserva a memória e as tradições da região. “Sem a interlocução com o território e suas trajetórias históricas, não teríamos avançado”, afirmou.




